Diário de Mercado na 2ª feira, 23.07.2018
Após firme alta semanal, Ibovespa recua com volume reduzido
Resumo.
Com baixa liquidez nos mercados domésticos, o aumento nas tensões relacionadas à guerra comercial e ao imbróglio com o Irã contribuíram sobremaneira para a interrupção do otimismo que tomara conta da bolsa brasileira após movimentações no cenário político.
Além disto, ruídos na aliança do “Centrão” com Alckmin – que têm predileção dos investidores em razão da agenda vista como reformista – demonstraram que sua trajetória eleitoral navegará por mares intranquilos.
Da mesma forma, a curva a termo dos juros futuros sofreu uma leve correção, encerrando com ajustes de alta. Já o dólar fechou praticamente estável (R$ 3,78), arrefecendo relativamente à cotação máxima da sessão.
Ibovespa.
O Ibovespa interrompeu dois pregões seguidos de alta, operando durante praticamente toda a sessão em terreno negativo e perdendo, ao final, o patamar dos 78 mil pts. O setor financeiro caiu em peso, Ambev e Petrobras também recuaram. Na outra ponta, Vale, Suzano e Klabin registraram firme alta.
O Ibovespa fechou aos 77.996 pts (-0,73%), com fraco volume financeiro preliminar da Bovespa em R$ 7,08 bilhões, sendo R$ 6,83 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 18 (último dado disponível), houve saída líquida de R$ 296,386 milhões em capital estrangeiro na B3. O saldo em julho passou a acumular ingresso de R$ 4,232 bilhões. Em 2018, o saldo ainda acumula saída líquida de R$ 5,715 bilhões.
Agenda Econômica.
No Brasil, o IPC-S da FGV registrou desaceleração a 0,38% na 3ª quadrissemana de julho, ante avanço de 0,67% na semana anterior – abaixo da projeção de 0,46% – mostrando dissipação da pressão causada pelo desabastecimento durante a greve dos caminhoneiros.
Na zona do euro, a prévia da confiança do consumidor de julho manteve-se negativa em 0,6, repetindo a leitura anterior e ligeiramente acima do aguardado pelo mercado.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) abriu a sessão em alta, chegando a superar os R$ 3,80 na cotação intradiária máxima. O comportamento no mercado doméstico acompanhava a apreciação majoritária da divisa no exterior, mas o movimento perdeu força durante a tarde e a moeda convergiu para a estabilidade.
O dólar fechou cotado a R$ 3,7820 (+0,16%), acumulando recuo de -2,45% em julho, alta de 14,09% no ano e avanço de 20,37% em 12 meses.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil 5 anos recuou a 225 pts, ante 228 pts da última sexta-feira.
Juros.
Após seguidos recuos em decorrência de noticiário advindo do cenário político, os juros futuros encerraram a sessão regular com alta moderada, mas com volume de negócios diminuto. O movimento de correção ocorreu em dia sem direcionadores de relevo, com o dólar arrefecendo ao final da sessão, fechando praticamente estável.
Para a semana.
No Brasil, destaque para dados fiscais de arrecadação e o resultado primário do governo central.
Nos EUA, ganham relevo indicadores ligados ao mercado imobiliário, a confiança do consumidor da Universidade de Michigan e a prévia do PIB do 2T18.
Já na zona do euro, a decisão da taxa básica do Banco Central Europeu e as prévias dos PMIs da região estarão no centro do radar dos investidores.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 2ª feira, 23.07.32018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e RENATO ODO, CNPI-P, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos